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ALMINHAS E CRUZEIROS
Na freguesia de Campanhã encontramos com alguma abundância capelinhas de «alminhas»,
bem como cruzeiros ou memórias.
Algumas destas edificações são bastante
antigas, outras são restauros ou cópias existentes e algumas são mesmo relativamente
recentes.
Dentro de nichos, guaritas, retábulos
envidraçados, etc., estas «alminhas» constituem um traço bem fecundo da
espiritualidade popular cristã. 0 culto das almas é o culto dos mortos conservado nas
preces dos vivos, como bem o demonstram as legendas que, por vezes ostentam essas
alminhas: «ó vós que ides passando, lembrai-vos dos que estão penando; Pelas almas do
Purgatório, Padre Nosso, Avé Maria».
Como expressão de fervor popular, as
alminhas associam-se muitas vezes aos cruzeiros.
As cruzes simples ou ostentando a imagem de
Cristo, ora invocam a protecção para o viajante, ora celebram determinado acontecimento,
ora simbolizam o calvário (via-sacra).
Alminhas na Rua do Freixo
Estas manifestações de religiosidade são
essencialmente cristãs, embora se filiem e tenham antecedentes de origem pagã.
Nos caminhos, encruzilhados, junto dos
lugares «perigosos», etc., as alminhas c as cruzes constituem reminiscências dos
«Lares Viales» e dos «Lares Compitales», protegendo quer os viajantes, quer as terras
e os casais próximos.
Pudemos constatar que a grande maioria destas
cruzes e alminhas são amiude ornamentadas por zelosas devotas com flores e lamparinas,
ganhando um alento renovado no mês de Novembro, mês das almas e dos fiéis defuntos e em
outras ocasiões específicas (festa das cruzes em Vila Cova, por ex.).
Na impossibilidade de um estudo em pormenor
de cada uma dessas cruzes e alminhas, optamos por fazer uma inventariação o mais
completa possível.
ALMINHAS
- R. S. Roque da Lameira, junto à rua do
mesmo nome a seguir ao n.° 856.
- Senhor dos Aflitos, na mesma rua, n.°
1678.
- Santo António, no muro da capela de S.
Roque no ângulo das ruas de S. Roque e Ferreira dos Santos.
- Senhora de Campanhã, nas imediações da
igreja paroquial e face à estrada.
- Em Azevedo, ao sair da estrada da
circunvalação e pouco depois de entrar na rua de Azevedo, encontra-se uma pequena capela
(ao lado de um fontenário) com as características das «alminhas».
Alminhas - Senhora de
Campanhã
- Senhor do Calvário, em Azevedo no muro de
suporte da rampa que dá acesso à Capela do Outeiro do Tine, em frente ao largo e à ma
do Lagarteiro.
- Na rua da Senhora da Hora indo da rua do
Freixo para o largo de S. Pedro, no n.° 51.
- Na rua do Freixo, em frente à E. D. P.
- Nossa Senhora de Campanhã, na rua da Sra.
de Campanhã, perto do bairro de S. Roque e de outros blocos camarários.
- Nossa Senhora de Campanhã, na rua 8 de
Setembro em Azevedo.
Detectamos também um nicho em ruínas no
parque da Associação Nun'Álvares de Campanhã e um nicho em granito, vazio e embutido
na pane superior da fachada frontal de uma casa com o n.° 14 na travessa de Azevedo.
Alminhas na Rua 8 de Setembro
CRUZEIROS E MEMÓRIAS :
- Existente nas imediações da Associação
Nun'Álvares, à memória do ano Mariano e do Centenário do padre Américo. Benzido
solenemente em 8/9/1987 por Júlio Tavares Rebimbas.
- Existente no alto do Outeiro de Tine ou
Forte de Azevedo. Ostenta a inscrição da sua inauguração em 3/5/1959.
- Existente no horto municipal (ver quinta
das Areias) em memória da capela que aí existiu.
- Existente nas imediações da igreja
paroquial. Foi inaugurado em 1956 e remodelado em 1961.
- Existente no Cemitério paroquial. Exemplar
magnífico, ostentando a figura de Cristo. Foi inaugurado em 27/7/1952.
- Memória de Bonjóia, erigida em 2/7/1961
perto da Capelinha de Bonjóia, em memória do milagre da «Fonte da Senhora».
Para além destes exemplares existem outras
cruzes, quer em casas particulares, na China e em Bonjóia por exemplo, quer no interior
das próprias capelas e outros edifícios públicos.
Na vasta documentação consultada
encontramos ainda referências a antigos cruzeiros existentes nesta freguesia, mas que
teriam desaparecido ou sido removidos. Seria o caso do cruzeiro do Senhor do Padrão na
capela do Padrão de Campanhã e das inúmeras cruzes da via-sacra, referenciadas nas
«Memórias Paroquiais».
Cruzeiro no Cemitério Paroquial
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