(continuação)

BAIRROS DE HABITAÇÃO SOCIAL

Empreendidos nas décadas de 30 a 70, no nosso século, localizam-se nos vastos terrenos outrora agricultados a norte e a sul da Rua de S. Roque da Lameira.

São os Bairros do Estado e da Câmara Municipal do Porto - os primeiros com 1 ou 2 pisos e os segundos com 3 ou 4.

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Bairro do Ilhéu - A Harmonia que se vai perdendo


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Bairro iniciativa camarária (Cerco do Porto)

Neles se observam vias de traçado regular, de acesso às residências, onde predomina um maior sossego nas áreas em que a existência de um pequeno quintal ou jardim (Bairros do Estado) permite a convivência dos indivíduos, ou mais atribulação nos Bairros da Câmara Municipal do Porto, onde a falta de estruturas no interior dos blocos obriga, tanto as crianças como os adultos, a procurarem o exterior para a consecução de certas tarefas.

ÁREA DA ESTAÇÃO DE CAMPANHÃ

Data de finais do século XIX a sua construção e poder-se-á afirmar que toda a área envolvente cresceu em função de actividades ligadas ao transporte ferroviário.

Edifícios de 3 e 4 pisos do século passado, intercalados com outros de arquitectura moderna, ladeiam a Rua de Pinto Bessa, cujo traçado rectilíneo e largura denotam uma acção deliberada de criar um acesso à maior estação da cidade, capaz de proporcionar condignamente o trânsito de pessoas e mercadorias.

Esta via, que dá continuidade à do Bonfim para sudeste e acaba no Largo da Estação de Campanhã, apresenta estreitas transversais, onde se concentram pequenas actividades comerciais como cafés, restaurantes, pensões e lojas de artigos diversos orientadas para o consumo dos utilizadores do caminho-de-ferro.

No interior dos quarteirões localizam-se antigas indústrias, cuja implantação, em termos económicos, era a ideal, dada a proximidade de um potencial pólo de transporte de mercadorias. Mostra-se pouco viável na actualidade, quando o avanço tecnológico vem propiciar meios mais eficazes de transporte, como o rodoviário (ou mesmo o aéreo), para as quais as vias existentes e o tráfego que se regista em nada ajudam, em termos de circulação.

Deste modo se foi absorvendo o espaço verde original, cujos vestígios se resumem a um ou outro quintal ou jardim nalgumas raras vivendas que existem na área.

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Pinto Bessa - Rua que tem como pano de fundo a maior estação de caminho de ferro da cidade

AZEVEDO E CONTUMIL

São áreas marcadamente rurais que possuem nalguns locais arranjos cuja fisionomia, evidencia uma paisagem puramente rústica.

As vias de traçado sinuoso, adaptadas à topografia, muitas delas sem passeios, fazem lembrar antigos caminhos rurais.

A estação de Contumil, onde se erguem alguns blocos de habitação social rodeados de significativo espaço verde e casas rurais, parece contradizer a tendência geral, muito embora exista uma actividade - estação de caminho-de-ferro - que normalmente promove o crescimento urbano.

Não podemos ignorar a distância que separa este lugar dos principais polos comerciais, agravada com a própria linha de caminho-de-ferro cuja travessia se faz por uma única ponte que liga a Rua do Conde de Castelo Melhor à Rua do Ameixial. Terá sido porém a abertura de duas vias, a Avenida de Fernão de Magalhães e a Estrada da Circunvalação as grandes responsáveis pelo seu isolamento, pois que se toma mais vantajoso circundar a área por estes percursos do que atravessá-la por uma rede de caminhos difusa, tortuosa e de má qualidade de piso.

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Travessa de S. Pedro

Ruas de largo traçado, de acesso à área central ou de circulação periférica, funcionaram, desde logo, de forma atractiva para os especuladores fundiários, já que a facilidade de acesso actua como factor de promoção do valor do solo e, consequentemente, de incentivo à sua ocupação.

Ficou, pois, Contumil numa posição desfavorável em relação á área envolvente e à Cidade.

A estrutura actual de Azevedo resultou dos acidentes topográficos marcados pela existência de dois cursos de água, originando vias estreitas e declivosas de traçado irregular. A Estrada da Circunvalação, construída em finais do século passado, veio constituir a barreira que dificulta o contacto das populações e a circulação de veículos. Dado que, até à data, não foram construídos quaisquer arruamentos que permitissem o seu melhor atravessamento, resumindo-se a três, com um mínimo de tráfego, as vias que existem nos nossos dias, todas abertas durante o século passado (Ruas do Pêgo Negro, Lagarteiro e S. Pedro).

Esta área a leste da Estrada da Circunvalação, representa cerca de 1/4 do território da freguesia de Campanhã. Na sua ocupação sucedem-se pequenas casas rurais a um tipo de construção bem mais recente, de dois pisos, com uma larga varanda que percorre o andar superior, revestidos de azulejos de cores vivas, e uma escadaria exterior de acesso ao rés-do-chão.

0 seu plano, reflecte, de facto, o crescimento, não de uma área urbana, mas antes de um espaço de características rurais, na proximidade de um espaço urbano - qual arrabalde afastado de uma pequena cidade!

Em termos de organização funcional, além dos campos agricultados que lhe conferem uma cena importância em espaços verdes, resume-se a unidades de comércio diário (mercearias, padarias, talhos) e um ou outro café, concentrados, principalmente, no Largo de S. Pedro, junto à igreja.

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Azevedo - Paisagem rural no extremo leste da freguesia de Campanhã

A MARGINAL

Esta área, detém uma topografia bastante irregular, com fortes declives para oeste, mais amenizados para leste. Mas, nem por isso deixou de registar uma intensa ocupação, tanto por edifícios de 2 e 3 pisos misturados com barracas instaladas nas escassas saliências graníticas, como por unidades industriais que actualmente, exceptuando uma ou outra que foi revitalizada, se encontra em ruína, conferindo a esta área um aspecto sombrio e decadente.

As ruas muito tortuosas, estreitas e inclinadas, reflectem o esforço empreendido pelos homens na luta contra os condicionalismos naturais e económicos, quando tentavam implantar as suas residências em locais próximo das áreas de trabalho (centro da cidade e fábricas recém-construídas da freguesia).


ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO

A Estrada da Circunvalação é uma via envolvente do centro urbano, não lhe servindo contudo de limite administrativo na sua totalidade, como já se referiu.

Destinada a um tráfego de maior velocidade, veio isolar a área de Azevedo, já que todas as vias a oeste, encontram aí o seu término.

Funcionou, porém, como atractiva para a implantação de unidades industriais e de comércio por grosso, por proporcionar o acesso a grandes áreas e constituir uma óptima via de circulação a qualquer tipo de transporte rodoviário, independentemente da sua dimensão. Muitas empresas dependentes dos factores de localização espaço, transporte e mão-de-obra encontram aí o local ideal para a actividade que desenvolvem.


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