Elsa Maria Teixeira Pacheco (*)

 

PARTE II

CAMPANHÃ

AO ENCONTRO

DA CIDADE

UMA PERSPECTIVA

GEOGRAFICA

 

(*) Licenciada em Geografia pela FLUP


Qualquer espaço palco de realizações humanas é sempre objecto de referências à sociedade que nele evoluiu, a qual, conjugando os meios de que vai dispondo, lhe impõe marcas características e personalizadas do se desenvolvimento. A freguesia de Campanhã, constitui hoje o reflexo de transformações, demolidoras da economia fundiária em favor do redimensionamento potencial da mancha urbana.

Em pouco mais de um século a sua fisionomia vem mudando aceleradamente, sempre em resposta às constantes renovações tecnológicas que a têm obrigado a pulsar de acordo com o seu ritmo de evolução e ela, voluntariosa, lá vai respondendo aos sucessivos desafios, crescendo ou, quem sabe, anarquizando-se.

Não mais os pinheiros desta terra aquecem a cidade, nem as novidades hortícolas animam os seus mercados. Hoje tudo é diferente e, desse imaginário longínquo, algumas quintas muradas e palacetes permitem-nos perspectivar um mundo que se vai escapando da vista, e da memória.

Todavia, persiste na freguesia de Campanhã uma predisposição para a mudança, para a harmonia dos tipos de ocupação espacial, para a adequação ao modemo sentido do progresso.

Firma-se pois a ideia de que as realizações humanas não se devem reger pelo simples cálculo economicista. Muito embora este pressuposto assuma capital importância, há sempre que ter em devida conta a cuidada planificação dos projectos a encetar, não descurando a imperiosa necessidade de preservar os traços mais genuínos de uma área que a todos pertence.


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