ARQUITECTÓNICO / CULTURAL 


 CASAS SOLARENGAS 

Casa do Fojo

A casa do Fojo, na Quinta do Fojo, fica situada perto do apeadeiro de Coimbrões que a divide em duas partes.

Foi fundada pelo general inglês William Neville que teve de fugir de Inglaterra, após a Guerra da Sucessão - 1714-, quando o Duque de Yorque foi derrotado.

Os Nevil ou Neville eram uma nobre família inglesa, célebres em vários factos da história de Inglaterra, tendo um dos seus descendentes, John Nevill, recebido o cognome de "King's maker" - fazedor de reis.

A Casa Senhorial é de um género arquitectónico único em Portugal. Do início do séc. XVIII, tem marcas profundas do estilo inglês, mais sóbrio. Tem dois pisos e divide-se em três corpos: o central tem, no primeiro andar, cinco janelas com sacadas gradeadas e, por cima das janela central, um frontão tri­angular, saliente da platibanda, ornamentada por uma estátua e vasos de gra­nito; no rés do chão, outras cinco janelas; o corpo da direita tem apenas uma janela e uma porta que dá acesso à casa e tem um arco encimado por uma cruz; uma escadaria de pedra leva a uma varanda com alpendre: a construção é mais recente e dá à Casa um cunho português; No corpo da esquerda está a Capela, com duas imagens de valor: S. João Evangelista e Nossa Senhora, vindas do Convento de S. Bento, do Porto; tem uma única janela e a porta da capela; um arco com cruz, como a parte direita, encima a parte superior; pegado à capela, há um terraço recuado, com estátuas.

Casa do Sá - Tem este nome por ter sido o seu último proprietário a Família Sá.

A casa apalaçada é de sólida construção e deve ser; pelo menos do sécu­lo XVIII, mas remodelada no séc. XIX; as janelas são de óptima cantaria e muito ornamentadas.

 

Quinta do Paço -   O actual proprietário é o Sr. Engenheiro Rui de Brito e Cunha Leite de Castro

Quinta de Lavadós - da família Brandão - Nesta bonita casa, já com mais de dois séculos de existência, e a prová-lo está um tecto em talha de madeira, pintado com lindíssimos motivos, como o Sol e a lua, existem duas inscrições, "AM" e "1773", significando Avé-Maria e a data de construção desta antiga capela, respectivamente.

Passados alguns anos, conforme se poderá verificar pela data inscrita na actual entrada desta capela secular, foi feita uma petição ao Bispado, da parte de António José de Sousa Brandão.

Foi pelo mesmo, mandado construir no Lugar de Lavadores e em terreno anexo à Quinta, uma capela pública com invocação de Nossa Senhora do Amparo, desejando que a mesma fosse aberta ao culto público, podendo-se ai celebrar o Santo Sacrifício da Missa e os demais actos ligados à religião.

Casa da Família Fonseca e Araújo -

 

Quinta do Montado.- O Palacete

O Palacete, na Alumiara, Canidelo, como ainda é conhecido, é uma casa ampla e de boa traça, com 37 salas, rés-do-chão e dois andares, ladeada de árvores frondosas e um jardim. Os tetos são lavrados, o soalho é precioso, as paredes estão ornamen­tadas com frescos, em suma, uma vivenda maravilhosa.

Pena é que tudo esteja em ruínas e que a firma que comprou a quinta para urbanizar não reconstrua o Palácio que, ainda por cima tenha sido danificado por um incêndio, em Maio de 1993.

Neste grandioso edifício, esteve instalado o Centro Popular de Canidelo - de 75 a 91 - e a Cooperativa para a Educação de Crianças Inadaptadas (Cercigaia) e ainda nela se realizam festas e torneios e foi mesmo habitação de ciganos e drogados.

Mandado edificar por Manuel Marques Gomes - É sempre salutar, recordar homens de bem, sem sangue azul, mas marcados pelo pergaminho e pelo brasão do trabalho e do bem espalhado à sua  volta. Refiro-me a um cidadão que marcou a freguesia de Canidelo nos finais do séc. XIX e até aos anos 30, Manuel Marques Gomes, nascido a 15 de Novembro de 1867 e falecido em 18 de Janeiro de 1932.

O seu interesse não vai apenas para os negócios, pois se torna um benemérito de várias instituições, como a Venerável Ordem Terceira de São Francisco, da qual foi definidor, secretário, ministro, contribuinte para a ampliação do seu hospital; a Beneficente Portuguesa, o Grémio Literário, o Club Euterpe, etc..

A ele se deve a criação do apeadeiro de Coimbrões - que deveria ter o nome de Canidelo, pois está nesta terra - e a doação de parte do terreno para o efeito;  o campo de futebol, a rua Comércio do Porto; obras na Igreja Paroquial, como o seu relógio; instalação da rede eléctrica, alargamento do cemitério velho, aformoseamento da Praia de Lavadores; ajuda a obras pias; fábricas de cerâmica; armazéns de vinhos generosos; redes de estradas, etc.

O seu funeral foi, por todas estas razões, uma solene homenagem, a esse homem bom e digno de Canidelo, que tem o nome perpetuado na Rua Manuel Marques Gomes, e a sua memória bem vincada naqueles, já poucos, que tiveram a felicidade de o conhecer.

 Outro Património 

Fontanário

Espigueiro

Moinho

 Festas e Romarias 

Todos os povos, desde os mais recônditos tempos, tiveram os seus momentos de recreio; mais perto de nós e, em estreita relação connosco, os romanos realizavam festas em honra das suas divindades e outras de cunho guerreiro ou meramente cívicas, imitando, no fim de contas os gregos e outros povos menos civilizados com os quais mantinham relações comerciais e de guerra, como era o caso dos francos e dos germanos.

Canidelo tem também as suas festas de cunho religioso e cívico.

A Semana Santa foi, outrora, tradicional, em todo o País e, aqui, há re­cordações dela nas Cruzes; as ruas deviam ser palco de Procissões referentes aos Passos de Cristo, como a ida para o Calvário, o Enterro, e outras além das cerimónias realizadas na Igreja, em Quinta, Sexta e Sábado Santo, culminan­do com a Missa da Ressurreição e a Solene Procissão do Santíssimo, no Do­mingo de Páscoa, de manhã; estas últimas ainda hoje se efectuam.

Outrora, celebrava-se a Festa do Estarragido, com Missa, Sermão e a Procissão dos Lençóis ~ assim chamada porque os muros e ruas, por onde pas­sava estavam revestidos de lençóis, toalhas e colchas. Realizava-se em Agosto.

Continua célebre a cantiga às camarinhas, fruto amargo que abunda nas dunas e às quais dedicavam várias quadras.

A festa religiosa de longas tradições e que congrega razoáveis multi­dões, que se efectua no 2.º Domingo de Julho, venera S. Vicente Férrer e Santo André, padroeiro da Paróquia, que também se festeja no domingo mais próximo da sua festa litúrgica, 30 de Novembro. A par da parte religiosa - Missa Solene, Sermão e Procissão - não falta a alegria da filarmónica e dos foguetes, a par dos conjuntos.

 

   

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